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terça-feira, 3 de março de 2009

Meu filho adolescente não fala mais comigo.

"Como frechas na mão de um guerreiro,assim são os filhos da mocidade. Bem aventurado o homem que deles enche a sua aljava, não serão envergonhados quando falarem com seus inimigos à porta - salmo 127.4-5"

Preste atenção neste versículo, ele começa falando do homem no singular e termina falando do mesmo homem no plural. Houve multiplicação e unidade. Esse é o querer de Deus para pais e filhos.
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Depois que meu filho chegou à adolescência não fala mais comigo.

Essa é a queixa de muitos pais. Quem tem filho passando pela adolescência sabe do que estou falando.

Se esse é o seu caso, antes de qualquer coisa quero te dizer: Calma! Deus ainda é Deus e vai continuar assim, ele tem o controle em suas mãos.

À medida que os filhos crescem, vai aumentando a necessidade de privacidade que eles têm, de forma bem diferente das crianças, pois estas querem estar sempre junto dos pais roubando a atenção deles.

Os adolescentes começam a tomar as rédeas de suas vidas, agora já tem seus próprios pensamentos e sentimentos, que na maioria das vezes, não coincide com aquilo que é o pensamento e os sentimentos dos pais.

Tem mãe que não quer permitir que o filho cresça. Se fosse possível ela o manteria sempre criança como um meio de não “perdê-lo”.

Jayme Kemp, pastor e escritor, conselheiro e terapeuta familiar chama esse período de “os turbulentos anos da adolescência”.

Esse é um período de grandes mudanças e descobertas, de incertezas e transição. E eles querem tratar dos seus problemas sozinhos, querem ser independentes, libertos, querem construir uma história, um desafio; é um período de afirmação.

Há um filme, cujo nome não me lembro, onde o filho adolescente era a ovelha negra da família. Moravam no campo, criavam cavalos.
O garoto não gostava daquele estilo de vida, não queria estar com os pais, não queria ajudá-los nos afazeres do rancho, financeiramente as coisas não iam bem, e assim criava enormes embaraços.
Já não falava com o pai, só obedecia mediante ameaças.
A vida da família tornou-se um caos.
Como era costume no lugarejo, houve a competição anual onde todos os meninos se apresentavam na arena com seus cavalos de raça, bem treinados, cada um querendo exibir o melhor animal e também ser o melhor cavaleiro. Nesse cenário aparece o tal menino para a competição montado não em um cavalo, mas numa bicicleta. A platéia foi ao delírio, alguns rolavam de rir e a família foi exposta a um grande vexame. Foi nesse contexto que um homem simples , empregado do rancho, falando com grande sabedoria, disse: “Calma, ele só é um potrinho tentando se levantar”, fazendo assim uma alusão ao nascimento de um potrinho, que quando “cai” (literalmente) do ventre da sua mãe, fica desesperado tentando se levantar, porém suas pernas cumpridas ainda não estão fortalecidas e ele cai uma vez, duas vezes e continua caindo mais algumas vezes, até que num dado momento, se firma e sai galopando pelo pasto ao lado de sua mãe.
Eu tomei isso para a minha vida, pois estava vivendo uma história parecida com o meu filho Diego. Ele já não queria estar na minha presença e muito menos falar comigo. Só fazia aquilo que lhe interessava, e geralmente o que lhe interessava era contra os nossos interesses e o nosso modo de ver a vida.
Desde os 03 anos de idade ele monta e por isso conhece o mundo dos cavalos, e quando chegou à adolescência entrou para o rodeio. Através da internet aprendi que a montaria em touros é o esporte mais violento do mundo, sem muito que fazer para a proteção do cowboy, entrei em desespero. Cada final de semana era um calvário.
Os acidentes começaram a acontecer. Depois de cair de um boi, virou as costas e foi em direção ao alambrado da arena, sem que se esperasse essa atitude, o animal veio e o levantou com uma chifrada pelas costas atingindo-o na parte posterior do coxa e por pouco não atingiu a artéria femural. Depois disso, um acidente com moto, depois outro acidente na arena de rodeio. E o clima lá em casa, insuportável. Eu pastor, pregador da Palavra, não conseguia me entender com meu filho. Já tínhamos um ministério de casais, imagina isso, como eu me sentia. O lado bom é que mesmo com todas estas coisas acontecendo, eu tinha no meu coração que o amor sempre vence. O problema maior era como eu reagia diante do problema. Eu dizia a ele: “senta aqui que eu quero falar com você” e ali acontecia um verdadeiro combate, onde o vencedor era sempre eu. Meu filho não costumava discutir, protestar naqueles momentos, às vezes se calava, não dizia nem que sim e nem que não. Permanecia em silêncio. Algumas vezes chegou a chorar.
Naqueles dias houve um evento na igreja, estaria presente o Ministério Amigos do Noivo, e o seu líder, Apóstolo Maurício, após o almoço em nossa casa, nos chamou para uma conversa, ali oramos, nos abraçamos, choramos juntos, porém as coisas não mudaram naqueles próximos meses. No entanto, naquela conversa, depois que meu filho se retirou, o Apóstolo Maurício me disse: “-Pastor Ismael, você vai ter que comprar um chapéu e ir para o rodeio com teu filho.” Sabe querido, eu não fui para o mundo do rodeio, mas abri o meu coração para compreender o meu filho, acreditei na proteção de Deus, e assim entrei para o mundo do meu filho. Lentamente comecei a perguntar como foi a montaria, pedir para que ele me contasse sobre as regras da competição, sobre os peões, detalhes sobre os animais, comecei a assistir a TV Rodeio junto dele , mostrar interesse pelas coisas que ele gostava e fazia, enfim, através do próprio rodeio e a direção de Deus , meu filho foi sendo curado daquela "rebelião", passou a se aproximar, falar umas poucas palavras, começamos a sair juntos, parei de lembrá-lo de seus erros e por fim ele voltou para mim, e eu passei a ser seu pai e ele meu filho, novamente. E como eu já não lutava mais contra ele, mas mostrava respeito e admiração, abriu-se uma janela para o diálogo e comecei a falar-lhe ao coração, incentivando-o a ver o rodeio com olhos de um empresário e não com olhar de peão. Logo depois, ele deixou de montar e passou a trabalhar como assistente de pista, e mais algum tempo depois, deixou por completo o mundo do rodeio. Hoje ele está gerenciando um haras, feliz da vida, me beija quando sai para o trabalho e também quando volta. Houve também um dia, quando no quartel onde eu servia na condição de Capitão de Polícia Militar, o meu comandante, psicologo, me convidou para uma seção na sua sala de atendimento , e ele me disse algo que nunca mais esqueci: -Nesse relacionamento com teu filho, você terá que escolher o que você quer para a sua vida, se você quer ficar com o que é certo, segundo o teu entendimento, ou ser feliz.Naquele dia eu escolhi ser feliz.
Hoje entendo que a minha escolha em ser feliz, fez com o que era certo, segundo meu entendimento, viesse para mim de presente.
Ah! Ia me esquecendo.Para que as coisas mudassem, não foram dois ou três dias, mas dois longos anos de espera, oração, fé e novas atitudes. Se você passa por isso agora, eu te digo: "Calma, ele é só um potrinho tentando se levantar".

Um comentário:

Anônimo disse...

Ola boa tarde,gostaria de ajuda meu filho de 14 anos nao fala mais comigo depois que a mae dele nao deixou mais eu ver ele,o que eu faço,estou muito triste por nao ver meu filho.

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