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quarta-feira, 9 de julho de 2014

Porque nossos filhos estão indo para a cadeia?

Recentemente estivemos em um jantar para casais na cidade de Pereira Barreto, SP, e lá conhecemos pessoas interessantes, crentes dos bons e entre eles, conhecemos o jovem, mas experiente Pastor  Diego Brito e sua esposa. Sentamo-nos  e passamos a conversar sobre as questões de família.
Num dado momento o Pastor Diego fez uma pergunta daquelas difíceis de responder sem uma reflexão mais acurada, e em seguida deu o seu parecer. Ele havia perguntado por que a maioria dos presos são filhos de crentes, o que se poderia observar  até pelo nomes dos reclusos, Davi, Joabe, Josué, Daniel, Moisés, Ezequiel, Elias e outros mais. Então complementou: “ Sabe Pastor Ismael, nós os pentecostais espiritualizamos demais a vida, se algo bom nos acontece é de Deus, porém , se algo ruim nos sobrevém, então é culpa do Diabo. E assim o ser humano fica isento de culpa e sem o compromisso com as mudanças necessárias. O Diabo fica sendo o culpado dos nossos erros ,omissões e pecados. Se a gente não mudar esse quadro, se não investirmos verdadeiramente na família, nossos filhos continuarão indo para a cadeia, completou.”  A conversa continuou e nós concordamos que precisamos de uma mudança radical  na condução de nossa família. Precisamos amadurecer em nossos valores morais, somos do tipo que damos o calote no mercado da esquina e dali vamos para a igreja levantar as mãos em adoração. O pior é que já não dói mais a consciência. Nós é que escolhemos sermos honestos ou não, e o diabo fica com a parte pequena que foi a sugestão de não pagarmos e de adorarmos mesmo assim. É só um exemplo, mas existem muitos males que precisam ser tratados na família com mais seriedade. 
É preciso ensinar a todos o plano todo de Deus, o que é espiritual e o que é simplesmente humano, porque em algum momento tudo isso se funde no espiritual.
E a família se ressente dessa falta de mudança, não aprende a amar, não aprende a respeitar, não assume seus erros, não sabe o que fazer diante das dificuldades, não lhe é ensinado como resolver conflitos, redirecionar a vida e  assim o divórcio, a violência doméstica, o abandono de filhos, logo começam a surgir. O adultério impensável dentro da igreja se torna só mais um escândalo. É comum encontrar  casos onde a família se dá por feliz por vestir um terno ou um vestido bonito e com uma bíblia na mão ir para a igreja e ali ser aceito como alguém maravilhoso, justo e santo, sem que a transformação oferecida pelo evangelho tenha se consumado. A ovelha acomodada, só come o que o pastor lhe der, ela não produz seu próprio alimento, não compra um livro, não escuta uma palestra sobre educação de filhos, não lê um artigo sobre o valor moral de um homem.  
E quando alguém fala que é preciso investir na família, no ensino de valores, logo alguém já acha que então é preciso fazer um encontro de casais, uma vez por ano, com jantar de gala, e umas brincadeiras de casais e assim estará resolvida a questão. Isso é “ melhoral” no tratamento de câncer, é bem vindo, mas acontecendo anualmente não vai resolver, é muito pouco.
Meus queridos, a igreja fala de dízimos todos os cultos, por isso o povo aprende a ofertar e a dizimar, o mesmo deveria ser feito com a família, os líderes deveriam falar sobre as mazelas da família, como o adultério, a agressividade verbal, a falta de carinho,  a pornografia, a erotização das crianças, o sexo pervertido, a falta de compromisso com o lar,  mentiras e enganos nos relacionamentos de família, o amor de um marido pelo sua própria mulher, o respeito dela para com ele, precisamos aprender sobre essas coisas. Eu não sou e não quero ser aqui derrotista, ou profeta do mal, mas é preciso valorizar a família, é preciso cantar com verdade a música de Regis Danese onde diz: “Me ensina a tratar minha família com amor”, ou vamos continuar mandando filhos para a cadeia, porque quando eles começam a entender a vida, percebem que seus pais não são nada daquilo que falam que são, descobrem que são cristãos superficiais que aprenderam o “evangeliquez” e vivem dizendo “oh, glória”, “só vitória”, “ misericórdia, Senhor”, mas a as mudanças profundas não aconteceram .
Penso que quando um filho perde o pai como referencia de herói e de exemplo a ser seguido e a mãe como exemplo de amor, é quando ele se entrega para o mal, pois o referencial deixou de existir, era um engano, faltaram balizas para caminhar. 
Uma noite qualquer estava eu e a Cleire vindo de um seminário de casais,e olhava para a rodovia sinalizada por placas refletivas, sinais luminosos demarcando os limites da via, então pensei, isso funciona como os pais que norteiam a vida dos filhos, que mostram por onde andar, os limites da vida, o permitido e o proibido. Mas e quando se perde esses sinais, ou os sinais se mostram confusos? É quando eles se vão para a terra do inimigo. Olha, preciso concluir, deixo aqui meu clamor, não mandemos mais ninguém para a cadeia por falta de interesse em se ter uma família centrada na verdade e na luz do evangelho. Não terceirize a responsabilidade por sua casa, não transfira culpas, assuma a direção de sua própria família, ensine, ensine, e ensine.  É o meu apelo. Preocupado com minha própria família,  chamei a esposa e as crianças, fizemos um culto doméstico, com um violão mal tocado, com vozes infantis desafinadas, mas com vontade de Deus, com fome, falei para os meninos sobre o arrependimento que nos traz para perto de Deus novamente.   Abraços , Pastor Ismael, Casados em Cristo.
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