A sua intenção é ter uma família? Então saiba que o que começa errado, tende a não dar certo. Veja a história de Sara e Abraao.
E disse Sarai a Abrão: Eis que o Senhor me tem impedido de dar à luz;
toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de
Sarai.
Assim tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar egípcia, sua serva, e deu-a
por mulher a Abrão seu marido,...Gênesis 16:2,3
Agar, a escrava, passou a desprezar Sara logo que engravidou. É muito
interessante esse momento. Sara era senhora, mas tornou-se escrava de Agar
quando tomou emprestado seu útero. Cumpriu-se o que Provérbios 22.7, quem toma
emprestado torna-se escravo daquele que emprestou. Aprendemos aqui muitas
lições, primeiro é não se tornar escravo agindo afoitamente, deixando de
esperançar em Deus. Isso vale para todas as situações da vida. Sara não quis
manter firme a esperança e a paciência até que a promessa se cumprisse e desse
a luz a um filho. A paciência é uma das virtudes onde o tempo é absolutamente
necessário. E na prova do tempo, Sara foi reprovada, impaciente não soube
esperar.
A escrava Agar parece que foi usada, injustiçada, e quando pôde cobrou
seu preço. Gostamos quando lemos no evangelho de Marcos que as bênçãos, sinais
e maravilhas seguem aqueles que creem, mas é preciso lembrar que nossas
maldades também nos alcançam com suas consequências. Elas sempre nos acham. Sara e Abraão erraram feio
nessa decisão que saiu da raia do pecado do adultério e poligamia e chegou as
raias da maldade em fazer usura da escrava que foi tratada como sendo não
humana, desprovida de sentimentos. Como poderia alguém que não é humano, é
coisa, é propriedade, e ainda assim gerar um filho humano para Abraão. A
coerência é umas das virtudes mais belas dos que temem a Deus. Nossos
pensamentos, palavras, e atitudes tem que ser condizentes com nossa condição de
filhos de Deus, independentes de nossos objetivos.
Quando a escrava grávida começa a se sentir gente, vem logo o desejo de
competir com a sua dona, então a despreza. Diante disso Sara coloca culpa em
seu marido, sendo que na verdade foi ela quem jogou a escrava nos braços dele.
Nas crises conjugais, geralmente, há mais de um culpado, e, costumeiramente,
poupamos a nós mesmos e culpamos o parceiro, e isso não é justo. A serva
pertencia a Sara, mas preferiu acusar o marido e exigir sua intervenção. Queria
que o marido Abraão resolvesse um problema que ela deu causa estando em suas
mãos o poder de resolvê-lo. Especialmente quando um homem é maduro, ele detesta
ser acusado de algo que não fez, ou que pelo menos não tem culpa sozinho,
muitos casamentos se rompem por causa disso. Preste atenção, não se precipite
diante de erros cometidos, assuma sua parcela de culpa e busque soluções
discutindo o problema e não acusando alguém.
Sara achou que poderia começar uma família usando sua serva, foi um mau
começo. Aquilo que começa errado tende a não dar certo.
O que você está tentando construir tem uma boa base de amor, há
firmeza, alguém está sendo ferido, direitos estão sendo preservados, os riscos
foram calculados, e se tem risco é possível ter o controle deles, e por fim, é
justo? Pense nisso, para que algo dê certo não se deve começar errado.
Mas digamos que você começou errado um relacionamento, e agora? Bom,
embora não seja possível voltar ao passado para fazer o certo, mas é possível,
recomeçar certo. Penso assim, feche o ciclo de coisas más que vem ocorrendo,
perdoem-se pelos erros, e façam nova proposta, com novos planos. Realinhem seus
desejos e intenções, deixem claro o que
se quer individualmente, comprometam-se com a relação e sigam em frente. É
verdade que o que começa errado tende a não dar certo, mas isso não é uma
fatalidade, é possível reverter o processo, apenas vai precisar de um maior
investimento para corrigir o destino.