A paz, Pastor.
Preciso muito de orientações. Primeiro vou contar sobre minha vida, tenho 22 anos, sou formada, tenho minha profissão. Há 3 anos me converti e foi na igreja que conheci meu marido, (Quero deixar claro que até hoje eu amo muito meu marido, sempre fiz tudo por ele).Eu sempre sonhei em casar (de véu e grinalda), ter filhos e formar uma família. Estou "casada" há dois anos, falo dessa maneira por que quando conheci meu esposo ele era divorciado e tem um filho que agora está com 7 anos. Namoramos pouco tempo, a principio pra mim era tudo um mar de rosas, o filho dele morava com os avós paternos, os comentários e conselhos para mim eram os melhores possíveis se eu casasse com ele, os avós sempre me garantiram que o menino ia ficar com eles, eu tinha na minha cabeça que meu marido era um homem livre, e realmente ele não dava muita atenção para o menino. Enfim, fomos morar juntos, conversamos com o pastor e fizemos um contrato de casamento no cartório, por que o divorcio definitivo ainda não tinha saído. Foi então ao longo desses dois anos que eu comecei cair na real e ver que os sonhos que eu tinha pra mim, eu não estava vivendo, não pude casar conforme eu sempre quis (por que se hoje eu falo em casar ele não quer de jeito nenhum), ter filhos então, nem se fala por que hoje ele deixa bem claro que ele já tem o dele , Hoje eu vejo que ele ama incondicionalmente o menino, quantas vezes foi grosso comigo, chegou até me expulsar de casa por causa dele, deixando claro que entre eu e o filho dele ele escolhe o filho. Ele começou a ficar muito apegado com o filho, acaba me deixando de lado, eu me sinto um nada, tendo que dividir o amor dele com menino. Tenho um sentimento muito ruim de ciúme dele e da ex-mulher, olho pro filho dele e vejo a ex-mulher dele, vejo o passado dele, o meu problema é que eu não consigo aceitar que ele tenha sido casado e tenha tido um filho, sendo que eu sabia disso quando fiquei com ele..., mas parecia que estava de olhos vendados, eu queria tanto poder voltar no tempo.. para que nada disso tivesse acontecido, para que ele tivesse ficado comigo, casado e tido um filho comigo, por que em outras situações ele é perfeito pra mim, mas é o menino chegar e estraga tudo, ele fica até agressivo comigo. Eu me sinto um peixe fora d’água, e para completar ele não esconde a vontade de ter o filho dele morando conosco. Já brigamos varias vezes e nunca esclarecemos isso, é sempre sem solução, não conseguimos terminar por que eu acredito que nos amamos ainda, mas também não conseguimos resolver isso de uma vez por todas.
Eu não sei mais o que fazer, não quero essa situação pra mim....Às vezes penso que senão tivesse a gente seria tão feliz...
Eu me deparei tendo que abrir mão dos meus sonhos por causa disso... eu sei que sou muito nova ainda. Será que eu mereço tudo isso? Eu penso que podia estar num relacionamento feliz certo como Deus manda...Pai Mãe e filho. Por que Deus me colocou nessa situação ou foi eu que me coloquei?
Tenho orado e colocado nas mãos de Deus.. Não estou feliz, vivo sempre nessa angustia, nessa indecisão.Quando me converti e conheci ele na igreja acreditei que Deus tinha o melhor pra mim, mas hoje não consigo mais enxergar isso....Peço conselhos, a tua opinião, peço que ore por mim.
Eu me deparei tendo que abrir mão dos meus sonhos por causa disso... eu sei que sou muito nova ainda. Será que eu mereço tudo isso? Eu penso que podia estar num relacionamento feliz certo como Deus manda...Pai Mãe e filho. Por que Deus me colocou nessa situação ou foi eu que me coloquei?
Tenho orado e colocado nas mãos de Deus.. Não estou feliz, vivo sempre nessa angustia, nessa indecisão.Quando me converti e conheci ele na igreja acreditei que Deus tinha o melhor pra mim, mas hoje não consigo mais enxergar isso....Peço conselhos, a tua opinião, peço que ore por mim.
Eu sinto tanto ter que me separar! Mas quando não tem a criança nos damos bem, fazemos as coisas pra Deus, ele toca no ministério, eu ajudo na igreja, nós nos unimos pra fazer a obra de Deus, sempre investimos o que for preciso.
Só que tem esse porém na minha vida, sempre penso que poderia ser diferente, poderia estar feliz com outra pessoa...Será que ele é realmente o que Deus preparou pra mim? Tenho medo de ter agido por impulso quando me casei.
Resposta:
Querida, paz.
Quero responder ao seu pedido de aconselhamento começando pelo final de sua carta. Preste atenção, Deus não tem culpa das escolhas que fazemos. Ele nos dá os princípios e nós aceitamos ou não, a escolha é livre, mas as consequências podem ser inevitáveis. Não sei dizer se você escolheu mal o seu marido, mesmo porque não o conheço, mas posso afirmar que os princípios para o casamento cristão foram, algumas vezes, desconsiderados.
Vamos lá, tudo começa pela sua pouca idade, 22 anos, sendo que a idade melhor para se casar seria em torno de 26 a 28 anos, até mesmo para poder melhor administrar as dificuldades que surgem, mas isso não é princípio bíblico, só sabedoria humana, que pode interferir ou não.
Vocês dois são cristãos, servem no altar do Senhor, mas ele ainda não estava divorciado e vocês fizeram um contrato de casamento. Bom, aqui temos quebras de valores cristãos. Ele ainda era casado legalmente, deveriam ter esperado até que a documentação estivesse pronta. Casar-se mediante um contrato também não é bíblico, casamento é aliança, exige permanência, mutualidade, e intimidade. Há sinais claros aqui de ansiedade e precipitação. Mutualidade é um cuidando em fazer o outro feliz, e assim ambos ficam bem, supridos em suas necessidades de afeto, carinho, proteção, de sexo, etc.
Penso que não deveriam ter se casados nessas circunstâncias, mas uma vez feito, não devem se separar, mesmo porque seria errar de novo.
O que vocês precisam, agora, é cada um fazer um exame de consciência e ver o erro que está em si mesmo e juntos reverem o casamento, porque do contrário, a há um perigo de naufragar. Inclusive, acho que você fala em ser feliz com outro, mesmo amando-o, não consigo entender isso, onde está a permanência, durabilidade? Vê a importância de se entender bem a questão da aliança e não optar pelo contrato. É no contrato que as pessoas não teem o compromisso de se empenhar para dar continuidade na relação. Cada um aproveita da presença do outro até onde isso lhe agrada ou lhe convém, depois, quando algum problema surge, eles se separam, não há investimento. Você tem claros sinais de egoísmo e de ciúmes exagerado, você chega a desejar que o menino não existisse, não acha que isso é desamor demais para uma cristã?
Querer separar o pai do filho, a meu ver, é um pecado grave. Competir com o menino não é o caso, disputar o amor do pai dele, um erro. Quer ser amado pelo pai? Ame o filho dele, e o tenha como seu filho também. Esse filho veio antes de você na vida desse homem, ele seria um tremendo mau caráter se desprezasse o menino. Porém, também não está certo em maltratar você, especialmente na frente do menino, contudo, isso pode ser fruto daquilo que ele vê em você com relação a criança, a forma como você o trata. É preciso negociar, conversar, discutir e se entender.
Parece-me que você idealiza demais o casamento, fica imaginando como seria se o menino não existisse, se ele nunca tivesse sido casado, coisas assim, e não foca na realidade da vida, e assim, buscar construir um relacionamento bonito dentro do quadro em que se encontra.
Talvez ele não queira se casar porque está inseguro com a direção que o casamento está tomando, não é mesmo? Quem sabe se você se transformar em uma companhia agradável, uma mulher compreensiva, amorosa, que o apoia, encoraja, e que seja uma fonte de paz e alegria na vida dele, quem sabe assim, as coisas que comecem a tomar o seu lugar.
Há um circulo vicioso, ninguém cede, os dois se acham certos, vivem com um pé atrás, assim, não é possível viver bem. Comece a mudança por você, o amor nunca falha, o amor tudo suporta, tudo espera, tudo crê. Isso é amor agape.
Tenho orientado as jovens cristãs que tomem muito cuidado, que não se casem com “homem problema” , aqueles que tem vícios, que não gostam de trabalhar, ou que não param em emprego algum, que tem histórico de violência e agressividade, mulherengos, que não temem a Deus, ou coisas parecidas com essas, mas não é o seu caso, ele não é um ” homem problema” , mas tem problemas para serem administrados com mais sabedoria por vocês dois.
Pare de ver no menino, a mãe dele, mas sim, o veja como alguém a quem Deus ama, e que precisa do seu amor também, lutar contra é provocar o fim do casamento. E isso deve partir de você, que é mais sábia, já viveu mais do que ele e tem melhores condições de iniciar uma relação de amor. Vou sugerir, primeiro, coloque em seu coração, "vou amar esse menino" , se prepare para isso, e à medida que atitudes concretas de amor passem a acontecer, a reciprocidade virá junto, e você pode ter uma surpresa maravilhosa, descobrindo nele um verdadeiro filho.
Sabe irmã, esta semana, nós adotamos mais uma criança, uma menina linda, com 10 anos e nós estamos aprendendo amá-la como ela merece. Eu descobri que existe um amor latente, uma prontidão para o amor, e quando é o caso, este amor se revela, ele se manifesta com toda a sua força, mas antes de tudo, a chama tem que estar lá, no fundo da alma, ainda que latente, e à medida que a gente vai se conhecendo, o amor vai aumentando, a admiração, a reciprocidade, o carinho , experimente começar um amor assim com o menino, o tenha como seu filho, e Deus te recompensará com grandes alegrias.
E para finalizar, não despreze o poder de Deus, o Senhor quer e pode fazer de sua casa um oásis de paz, basta ficar junto aos pés de Jesus, ser cheio do Seu Espírito. Quem caminha com Deus resolve seus problemas de família.
Vamos orar e você irá vencer, não desista, insista,persevere, ame.