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sábado, 8 de agosto de 2009

Aprendendo com os erros do “filho pródigo”.

“Aquilo que os filhos não aprendem em casa, a vida se encarrega de ensiná-los, e, quase sempre, de forma dolorosa”.Quais seriam os conselhos de um filho
que saiu de casa e perdeu tudo?
É sempre melhor aprender com os erros dos outros do que errar para aprender. Até aqui, aprendemos muito com as virtudes do pai. Agora, vamos extrair algumas lições dos erros cometidos pelo “filho pródigo”. Se pudéssemos perguntar para esse filho, depois da sua dolorosa experiência: “Quais os conselhos que você daria para não passarmos por tudo o que você passou e nem sofrermos tudo o que você sofreu?” Certamente, ele nos daria conselhos imprescindíveis.

Josué Gonçalves


Primeiro - Cuidado com as suas decisões em tempo de crise

Para se tomar decisões relevantes na vida, o pior momento é quando estamos vivendo em tempo de crise.

Como disse no início, a crise pode tanto ser uma grande oportunidade de crescimento, como pode ser um tempo muito perigoso onde podemos nos perder. Eu experimentei um momento de grande crise na minha vida, provocada pela perda do meu pai, que morreu num acidente de automóvel, numa rodovia na cidade de Vinhedo, no Estado de São Paulo. Eu tinha apenas dezoito anos de idade, e ele estava com cinqüenta e um anos. Foi o fato que mais marcou-me em toda a minha vida.

Assim que fiquei sabendo do ocorrido, a única coisa que eu me perguntava, era: “Como será a nossa vida daqui para frente?” Foi nesse tempo que eu ouvi de um pastor, que é muito amigo: “Josué, não toma nenhuma decisão, não venda, não troque, não compre, não negocie, não mude, não decida nada neste momento. Espere o coração se acalmar, não tenha pressa, pois este não é o melhor momento para você e sua família tomarem decisões importantes”.

O sábio Salomão escreveu: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec 3.1).

Lembre-se: as suas decisões afetam aqueles que caminham, viajam e convivem com você.

Com freqüência, eu ouço pessoas dizendo: “Ninguém tem nada a ver com a minha vida. Eu sou dono do meu destino”. Não existe forma de tomar decisões relevantes sem que outras pessoas sejam beneficiadas ou prejudicadas por nossa causa. Todas as decisões que tomamos têm implicações na vida de outras pessoas. Eva perdeu tudo o que o Senhor havia lhe dado, e mais. Hoje, toda a humanidade sofre por causa de uma decisão errada que ela tomou (Gn 3).

Por causa de uma outra decisão errada, Jonas, apesar de ser um profeta do Senhor, fez com que todos os que estavam no mesmo barco que ele sofressem as conseqüências do seu erro (Jn 1). Sansão, apesar de ser um escolhido do Senhor, tomou uma decisão tão errada, que fez com que perdesse a presença de Deus na sua vida (Jz 16). Judas Iscariotes tomou duas decisões erradas: a primeira foi a de trair Jesus; a segunda foi porque, não suportando a dor do remorso, acabou optando por tirar a sua própria vida (Mt 27.5).

É provável que muitos dos meus leitores estejam prestes a tomar uma decisão ainda hoje, ou na próxima semana, ou no próximo mês.



Algumas sugestões que podem ajudar você na hora de tomar uma decisão importante:

(1) Deus precisa estar no controle das suas decisões. Quando você ora: “Venha o teu reino, seja feita a tua vontade...” (Mt 6.10), é o mesmo que dizer: “Senhor, toma o controle da minha vida, dirige todos os meus passos, guia-me por caminhos seguros, não deixe que os meus pés vacilem”. Tudo o que começa com Deus, termina debaixo da Sua bênção. Bem-aventuradas são as pessoas que procuram envolver Deus em tudo o que fazem. Ele conhece o passado, o presente e o futuro. Ninguém melhor do que Ele para nos mostrar o que será para o bem das nossas vidas. Infelizmente, muitos buscam o Senhor quando já tomaram suas decisões por conta própria e, por isso, estão sofrendo as conseqüências do seu erro. Antes de tomar qualquer decisão relevante na sua vida, busque a orientação do Senhor.

(2) Quando a decisão é relevante, demore um pouco mais, “durma” sobre a questão, ore mais um pouco. Decisões bem tomadas são aquelas que decidimos com calma, sem nos precipitar. “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor” (Sl 40.1). Quase sempre, as piores decisões são aquelas tomadas de forma precipitada. Lembro-me que um jovem veio à minha casa pedir minha filha em namoro. Conversamos um pouco, percebi que ele era um bom rapaz e que daria um bom marido. Porém, eu perguntei aos dois: “Vocês estão dispostos a orar comigo durante trinta dias, antes de tomar a decisão final?”

A espera também é também uma prova do amor; quem não sabe esperar, ainda não aprendeu a amar. Decisões importantes requerem paciência para tomá-las. O jovem e a minha filha aceitaram o tempo de espera, e eu considerei esse um ponto muito positivo. Depois de um mês de oração, os dois acharam melhor não começar o namoro, pois, entenderam que a vontade de Deus era outra. Esperar em Deus é sempre melhor.

(3) Tenha conselheiros com os quais você possa se orientar. “Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança” (Pv 11.14). Com certeza, o “filho pródigo” não tinha conselheiros com os quais ele buscava orientação para tomar decisões importantes. Um conselho pode nos livrar dos caminhos da morte. Veja o valor dos conselhos das pessoas sábias.

Conta-se que um casal de jovens recém-casados era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior. Um dia, o marido fez a seguinte proposta à esposa: “Querida, eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa, que você me espere e, enquanto estiver fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você”.

Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até encontrar um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua fazenda. O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar. Foi aceito. Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito. O pacto seria o seguinte: “Deixe-me trabalhar pelo tempo que eu quiser e, quando eu achar que devo ir, o senhor me dispensa das minhas obrigações. Eu não quero receber o meu salário. Peço que o senhor o coloque na poupança, até o dia em que eu for embora. No dia em que eu sair, o senhor me dá o dinheiro, e eu sigo o meu caminho”. Tudo combinado. Aquele jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e sem descanso.

Depois de vinte anos, chegou para o patrão e disse: “Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa”.

O patrão então respondeu-lhe: “Tudo bem. Afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo. Só que antes, quero lhe fazer uma proposta, tudo bem? Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora, ou eu lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro, e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro, eu não lhe dou os conselhos, e se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e depois me dê a resposta”.

Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe: “Quero os três conselhos”. O patrão novamente frisou: “Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro”. E o empregado respondeu: “Quero os conselhos”. Disse, então, o patrão:

1) Nunca tome atalhos, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida;

2) Nunca seja curioso para aquilo que é do mal, pois a curiosidade para o mal pode ser fatal;

3) Nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.

Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim: “Aqui você tem três pães: dois para você comer durante a viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar à sua casa”.

O homem então seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava. Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou: “Para onde você vai?” Ele respondeu-lhe: “Vou para um lugar muito distante, que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada”. O andarilho disse-lhe, então: “Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é muito melhor. Você chega em poucos dias.” O rapaz, contente, começou a seguir pelo atalho, quando se lembrou do primeiro conselho, então voltou e seguiu o caminho normal. Dias depois, soube que o atalho levava a uma emboscada.

Depois de algum tempo de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde pôde hospedar-se. Pagou a diária e, após tomar um banho, deitou-se para dormir. De madrugada, acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu.

Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem perguntou-lhe se ele não havia ouvido um grito; e ele disse que sim, que tinha ouvido. O hospedeiro disse: “E você não ficou curioso?” Ele disse que não. Daí, o hospedeiro respondeu: “Você é o primeiro hóspede a sair vivo daqui, pois meu filho tem crises de loucura; grita durante a noite e, quando o hóspede sai, mata e o enterra no quintal.”

O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar à sua casa.

Depois de muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa. Estava anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu que ela tinha, em seu colo, a cabeça de um homem, a quem estava acariciando os cabelos. Quando viu aquela cena, seu coração encheu-se de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e matá-los, sem piedade. Respirou fundo, apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e, no dia seguinte, tomar uma decisão.

Ao amanhecer, já com a cabeça fria, ele refletiu: “Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele aceite-me de volta. Só que, antes, quero dizer à minha esposa que eu sempre fui fiel a ela.”

Dirigiu-se à porta da casa, e bateu. Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta afastá-la, mas não consegue. Então, com lágrimas nos olhos, ele lhe diz: “Eu fui fiel a você durante todos esses anos; e você me traiu...”

Ela, espantada, responde-lhe: “Como? Eu nunca o traí. Esperei durante esses vinte anos!” Ele então perguntou-lhe: “E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer?” E ela lhe disse: “Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje, ele está com vinte anos de idade.”

Então o marido entrou, conheceu e abraçou seu filho e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café. Sentaram-se para tomá-lo e comer juntos o último pão. Após a oração de agradecimento, com lágrimas de emoção, ele parte o pão e, ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro: o pagamento por seus vinte anos de dedicação e trabalho!

Muitas vezes, achamos que o atalho "queima etapas" e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade. Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que nem ao menos nos dizem respeito, e que nada de bom nos acrescentará. Outras vezes, agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois.

Espero que você, assim como eu, não se esqueça desses três conselhos e não se esqueça também de confiar, mesmo que a vida muitas vezes já tenha lhe dado motivos para a desconfiança.

Veja o valor de três conselhos que livraram o homem da morte. Um dos livros que mais leio na Bíblia é o de Provérbios: “O livro dos Conselhos”. Qualquer pessoa que deseja viver a vida com prudência e sabedoria deve ler o Livro de Provérbios todos os dias. Nele, está escrito: “O tolo sempre acha que a sua opinião é a única certa, mas os sábios ouvem os conselhos com atenção” (Pv 12.15).

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