Por
Pastor Ismael.
Outro dia uma jovem me pediu aconselhamento na esperança de salvar o
seu casamento. A moça dizia que depois que se casaram passou a tratar
muito mal o marido , e ele, por sua vez, passou a ter ciúmes dela, e viviam se
agredindo. Passado algum tempo ela começou a mandá-lo embora, que fosse
procurar outra mulher. E foi isso que ele fez. Depois disso, ela se deu conta
que o amava, e ele também, dizia estar com outra, porém, não era aquilo que
queria para a vida. Então, passei a pensar sobre o caso para bem aconselhá-la e
é interessante que o problema deles não difere muito da grande maioria
dos casais em crises.
Geralmente os jovens se casam, e pensam que viverão naturalmente o
casamento que idealizaram, sem muito esforço. Como se os dois entrassem
num barco sem motor, sem velas, sem leme, solto no mar, navegando segundo o
movimento das águas e eles nunca sabem para onde estão indo ou se chegarão a
algum lugar, mas creem que vai dar tudo certo.
Alguns parecem esperar que o cotidiano de um casamento seja igual
o dia da festa, só alegria, algum cansaço, mas com grandes prazeres. Sorrisos
de ambos, a família unida, os amigos presentes, e presentes chegando de
todos os lados, e ainda, um grupo de zelosos cuidando para que nenhuma coisa
ruim estrague a alegria dos noivos. Acontece que esse momento cansativo, porém,
delicioso passa, e a vida começa a voltar ao normal, então, é nessa hora que
verdadeiramente irão se revelar um ao outro, conhecendo e deixando-se conhecer.
Enquanto quando corre tudo bem, o amor está presente, a paixão, o
desejo, o sexo, a novidade, o vigor inicial de uma relação, então eles vão
tocando a vida, e desfrutando das coisas boas que essa fase lhes oferece.
Mas chega um momento que ajustes precisam acontecer. Mas até isso é
apenas um ideal, algo que deveria acontecer e que nem sempre acontece.
Quando eles começam a se revelar um ao outro, surpresas desagradáveis
podem surgir. Atitudes, hábitos, comportamentos podem denunciar a presença do
egoísmo. E agora?
Quero dizer não se pode deixar a vida me levar conforme diz a canção.
Nada disso. A vida deve ser dirigida, administrada e de vez em quando ,
corrigida as direções tomadas. O equilíbrio deve ser buscado para que
seja possível continuar juntos e felizes.
O problema é que alguns casais demoram muito para retomar as rédeas da
vida, e só tentam fazê-lo quando as coisas já estão fora de controle, quando
não há mais diálogo, quando as primeiras notícias de um intruso na
relação já existem, ou quando a paciência já se esgotou. A comunicação
deve ser proativa, não somente reativa ou radioativa. Proativa é aquela
que chega em boa hora, chega antes do problema; a reativa é quando o problema
já se instalou, eles estão reagindo; e a radioativa é quando explosões se
seguem toda vez que tentam conversar.
Quase ninguém gosta de admitir que esteja sendo egoísta, ou que está
errado nisso ou naquilo outro, por isso é necessário o confronto, que
precisa ser desarmado de espírito, com bondade e desejo de acertar para
continuar. Para isso a Bíblia diz, “Pela
longanimidade se persuade o príncipe, e a língua branda amolece até os
ossos.”Provérbios 25:15. É preciso sabedoria para administrar conflitos.
O tempo por si só pode não resolver os problemas de conduta, os maus
hábitos, alguns caem em si e se consertam, mas não a grande maioria.
Há pessoas que são tão egoístas que não querem nem pensar a respeito,
estão convictos de que têm razão sempre, que nunca erram, são apenas vítimas do
outro.
Tem casais, que depois de uma noite de sexo, no seu íntimo
resolvem não tratar dos velhos problemas, imaginando que as coisas vão entrar
nos eixos por si só, basta esperar mais um pouco e assim vão vivendo,só que
quando eles ressurgem , então, um amontoado de acusações se apresentam.
Gary Chapmam , num de seus livros diz que o grande inimigo do casamento
chama-se egoísmo, com o que concordamos plenamente.
Outro diz li um texto, cujo autor me é desconhecido, muito interessante
sobre o egoísta numa relação de casamento ou de amor, leia:
Um altruísta diz para o egoísta: “eu te amo”.
E escuta da boca do egoísta: “eu também”.
O altruísta fica feliz, o egoísta mais ainda.
O egoísta sabe o que falou, e o altruísta não
sabe que não entendeu.
O egoísta também se ama
Os dois amam a mesma pessoa: o egoísta.
Ninguém ama o altruísta, mas ele delira que é amado.
Ele escutou “eu também”; e fantasiou que era amado.
Cada qualidade ou habilidade que conquistamos exige cuidados para que
não ocorram desequilíbrios.
O altruísta foi verdadeiro ao dizer “eu te amo”, mas errou ao
interpretar a fala como "eu também te amo".
Isto é um desequilíbrio sério, que gera ilusão e mentira.
Todas nossas qualidades devem ser equilibradas por outras qualidades
que se completam.
Ao lidar com egoísta tenha sempre certeza absoluta do que Realmente ele
está falando.
E jamais duvide que a prioridade absoluta é ele mesmo.
Todos nós carregamos em nosso ser uma dose desse veneno, uns mais
outros menos, mas todos têm uma porção disso. É claro que o texto acima está
falando de uma situação extrema, mas deve servir para balizarmos nossas
escolhas com relação à pessoa com quem queremos passar o resto de nossas vidas,
quando isso ainda não foi feito, como é o caso de quem está namorando ou noivando.
E serve também como um alerta, para que a gente se veja no texto, para que cada
leitor se mensure a partir das afirmações contidas nele, e se de repente,
nossas atitudes nos mostram que amamos demais a nós mesmos, e que somos a
nossa própria prioridade, teremos então, a certeza de que não estamos maduros
para uma vida conjugal, e se já estamos nela, estamos fazendo alguém sofrer, há
uma vítima na nossa relação, e é preciso resolver isso, um confronto
conosco mesmo.
Leia isto: Numa área de lazer, onde uma esposa reclamou ao marido
que estava tendo fortes dores nas costas, e ela foi para um canto e começou a
se contorcer e lágrimas saiam dos seus olhos devida a intensidade das dores.
Então, falou ao marido novamente e ele respondeu: “É frescura sua, já vai passar”, e sem dar a
menor importância foi praticar o seu esporte com os amigos saindo da presença dela. Passado
alguns minutos, precisou alguém socorrer a moça ao hospital pois estava pálida de dor.
Fiquei triste com aquilo e pensei comigo, “Se eu fosse o marido dela, jamais
teria me comportado assim”. E de fato creio nisso, mas é possível que em
situações diferentes eu possa ferir a minha companheira por causa
do pensar primeiro em mim. Puxa! , que Deus me livre disso.
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