A Paz do
Senhor.
Acompanho o
seu blog a mais de um ano, quando conheci o blog Casados em Cristo por causa de
uma crise que meu casamento na época de quase 17 anos estava passando.
Passei a
ouvir a rádio momentos com Jesus do Pr. Edson Poujeaux e muitas de suas
orientações lidas por ele me ajudaram a mudar algumas atitudes que estavam
destruindo meu casamento.
Mas graças
a Deus superamos e hoje estamos firmes juntos e nos caminhos do Senhor.
Meu dilema
hoje é outro. Estou casada agora já a quase 18 anos (completamos em dezembro),
mas desde muito nova sempre tive a certeza que não queria ser mãe. E assim
optei por isso. Quando me casei conversei com meu marido a respeito desta opção
minha e como ele já era pai de 3 filhos, achei que não poderia ter feito
escolha melhor, já que nunca poderia ser acusada por ele de privá-lo de ser
pai.
Só que de
uns tempos pra cá, tenho sentido que ele tem muito desejo de ter um filho
comigo. Ele não cobra, nunca cobrou, respeita e muito minha opinião, mas depois
dessa crise que tivemos ele tem deixado transparecer essa vontade.
Não sei o
que fazer. Temos uma situação financeira bastante estável, nós dois trabalhamos
muito e tenho hoje 41 anos e ele 52, e mais do que nunca não sinto nenhuma
necessidade de ser mãe. Será que estou pecando por não atender o desejo do meu
marido? Tenho muito medo de estar errada, mas também tenho muito medo de ter um
filho pra atender o desejo dele e ser uma péssima mãe por não ser esse um
desejo meu.
Irmã, paz.
Vou
responder atentando para a questão no seu lado espiritual e de família, e vou me abster
de responder com relação a saúde, se convém ou não, preferindo que procure um profissional
médico para se orientar.
A
maternidade é algo que Deus colocou no coração de Eva, ser mãe é um sentimento
natural da mulher, entretanto, temos casos como o seu onde você não se
despertou para esse papel social.
Voltando
ao início, nos planos de Deus consta que o casal deixaria pai e mãe e se
uniriam sexualmente e teriam filhos como um sinal de benção, e que juntos, o
casal governaria a terra criada por Ele em representação ( Salmo 8).
Nesse
início do homem da terra, alguns poderosos, dominadores de grandes regiões de
terra, costumavam colocar suas imagens, as estátuas, nos limites do seu
território, como um aviso, algo como que a dizer, essa terra tem dono e os
olhos dele estão por todo o lugar. Imagino que essa ideia é originária de Deus,
pois, quando o casal gera filhos para ele, a terra vai se enchendo de gente boa, gente santa,
então, os ímpios e rebeldes olham para essas pessoas e seus pensamentos são remetidos
a Deus Criador, Dono do Mundo, Senhor dos Senhores, entendeu? Nós somos a
imagem de Deus na terra, os seres que revelarão Deus aos demais pela presença,
pelo amor, pela forma de viver e pelo seu relacionamento com o Criador.
E assim,
mesmo hoje, o Senhor espera que o casal
gere filhos para serem conforme sua imagem e semelhança moral, e espiritual
também. Os irmãos católicos entendem que quando nós usamos alguns meios
contraceptivos não naturais, estamos trabalhando contra Deus, uma vez que a
vontade de Deus é de que os filhos Dele, gerem filhos para Ele, que os ensine
os seus caminhos, que façam dos pequenos
uma geração de homens de bem. Eu sempre penso a terra povoada por
gente temente, todos eles, e os filhos seguindo os passos dos pais, sempre em
busca de relacionamento com Deus em santidade. Não seria algo tremendo? Pois é,
isso faz parte do projeto Divino de restauração da terra.
Por outro lado, fico imaginando como seria viver sem filhos, sem uma história de família, sem
descendência, sem continuidade. Um dia vamos envelhecer e precisaremos ter algo
para onde olhar e ver que valeu a pena viver, e os filhos, representam isso, é
a herança que Deus nos dá e eles são, invariavelmente, motivo de alegria, razão
para se viver, incentivo para se lutar.
Agora, sem eles, eu não sei como seria, mas temo que o final da história de
alguém possa ter páginas em brancos, como algo que faltou. Alguém olha e vê
suas realizações, suas conquistas, vitórias, mas e daí, vai ficar tudo aqui,
estranhos é que usufruirão de suas realizações. Já no caso de filhos, a pessoa olha para as
obras de sua mão e fica admirado de si mesmo, e olha para os filhos e agradece,
pois sabe que eles são milagres, são presentes celestiais, e mais, tem a
convicção de que haverá um momento de reencontro e a morte já está vencida.
Querida,
eu e a Cleire tínhamos dois filhos, depois algumas coisas foram acontecendo,
nossos filhos já eram moços, e de repente Deus começou enviar crianças para
nosso lar, vieram três, cada a seu tempo, com sua própria história de vida, de sofrimento, e de
necessidade de um pai e uma mãe. Nós poderíamos ter dito: "Olha Deus, nós já
criamos os nossos, agora vamos aposentar, vamos solidificar nosso patrimônio,
nossos bens, vamos gozar a vida a dois, vamos ter novas luas de mel e pronto, é
isso que queremos." Mas não foi assim conosco, tivemos um sentimento que antes
mesmo de amar aquelas crianças que estavam entrando em nossas vidas, nós já amávamos Deus , e quem ama Ele, também ama os filhos Dele, e aquelas
crianças eram marcadas para um propósito, e nós não poderíamos recuar, dize não, seríamos tão somente mais um a rejeitar a quem o Senhor amava, e então, estamos aqui,
ajudando, cooperando com o Senhor, ensinando os pequenos para que eles cresçam
e sejam úteis no propósito de Deus.
O Brasil, um país com quase cinco mil crianças prontas para a adoção, e estão aí, nos
orfanatos, como mercadorias à espera do comprador. Essas crianças são filhos de
Deus, e me perdoe, não quero ser agressivo, mas onde estão os casais que dirão
sim para o Senhor , quem irá por Deus? Onde estão aqueles que dizem e cantam a pleno pulmões nos templos a canção que diz: "Usa-me, Senhor, como um farol que brilha a noite, como pontes sobre as águas, como um abrigo no deserto, usa-me, Senhor" , onde estão estes casais que ali se emocionam e choram rios de lágrimas?
Alegremente
contamos os nossos números, nossas conversões , o crescimento evangélico no
Brasil é fabuloso, mas onde estão os pais adotivos para essas crianças?
Sabe qual
é o problema? Nós pensamos assim: -“precisamos de uma criança para a
nossa família”, e a partir desse pensamento procuramos uma criança bonita,
loura, de pele clara, saudável, com um DNA não muito ruim para não dar
problemas mais tarde. A criança deve se encaixar, deve caber naquela família. Esses somos nós, povo de Deus.
Seria
melhor pensarmos de outra forma: “Precisamos ser uma família para essa criança”,
pois quando pensarmos assim, não ficaremos escolhendo tanto a “mercadoria”, e
iríamos logo nos oferecer para ser a
família que aquela criança precisa, porque a família cristã está pronta, ela se encaixa certinho na vida de um pequeno.
Deus não
precisa, mas quer usar famílias cristãs para que adotem essas pequenos, para
que lá na frente quando alguém conhece-los, se lembre do Senhor, tamanha a
beleza, o brilho e a presença Divina em suas vidas.
E para
finalizar, não creio que você consiga ser uma péssima mãe, pois você é uma filha
de Deus, não tem jeito, e quanto ao seu marido, seria uma alegria e tanto para
ele, pode ser o recomeço que um homem de cinquenta anos precisa.
Sabe irmã,
eu contei a minha história, e essa pode não ser a sua história, à principio. Contudo,
pode ser que Deus esteja preparando vocês, para que a sua história seja
parecida com a minha história. Quer uma resposta de Deus? Certifique-se do querer Dele nessa questão. Faça uma visita em
três orfanatos e depois me conte o que aconteceu com o coração que não quer
ser mãe.
Ah, continue ouvindo a Rádio Momentos com Jesus, o Pastor Edison Poujeaux, um grande pai, ele vai contaminar vocês dois.
Abraços,
Pastor Ismael e Pastora Cleire.
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