Pastor Ismael, sou grato pelo Ministério Casados em Cristo, pelo blog de vocês porque tenho buscado orientações nele, tenho me alimentado espiritualmente, e buscando um estilo de vida um pouco diferente daquilo que eu vinha até agora vivendo.
Eu me divorciei de meu marido, éramos um casal cristão, e não estávamos vivendo bem, havia brigas, desencontros, agressões verbais, desconfiança, e falta de intimidade, entre outras coisas mais. Então decidi me divorciar e assim o fiz. Acontece que agora, depois de quase dois anos eu ainda não consegui me resolver emocionalmente, e nem tão pouco espiritualmente. Estou sem frequentar uma igreja, e de vez em quando vou a um culto aqui e acolá, mas sem nenhum envolvimento com a igreja. Não sei o que fazer, de vez em quando saio com um pretendente, mas parece que não é isso que quero, e logo desisto daquela pessoa também. O senhor poderia me dar um conselho, uma palavra, uma orientação?RESPOSTA:
Irmã, paz e graça. Entendi perfeitamente a sua situação e o seu momento delicado. É muito comum casais cristãos estarem vivendo uma dificuldade, com problemas de relacionamento, com comunicação cortada ou truncada, e assim a coisa piora, e vêm agressões verbais e até física e eles decidem que não dá mais. Geralmente, os conselheiros e amigos sem formação cristã dizem que o amor é assim mesmo, é bom enquanto dure, mas que tem um fim liquido e certo e que as pessoas devem estar preparadas para uma eventual separação. Dizem que ninguém é de ninguém, que o amor é uma chama e citam o poeta e assim, quando dão por conta, casais estão prontos para uma separação e cada um busca o seu caminho. Num primeiro momento eles não querem novos relacionamentos, estão meio que assombrados e traumatizados com a experiência negativa pela qual passaram. Porém, os dias vão se passando e alguns se apaixonam de novo e conseguem refazer a vida. Outros não têm a mesma sorte. O problema de relacionamento parece que os acompanha, e continuam infelizes. A gente observa de forma bem distinta algumas coisas que são muito forte dentro desses cristãos descasados e, nos casos de não sucesso na nova vida, observamos que eles têm dúvidas e temores aos montes. Primeiro, será que Deus aprovou minha separação, será estou em pecado?
O que Deus está pensando de tudo isso, de minhas escolhas? Bom, essa dúvida leva a um distanciamento de Deus, pois que a dúvida não procede e não tem parte com Ele. Afastados de Deus e de sua igreja, vivem assim meio que fora do ninho, não se sentem bem em lugares onde seria para o lazer e a diversão, os amigos parecem que não são tão legais assim, e gostam das coisas que a pessoa aprendeu a não gostar. Alguns, num desespero e medo da solidão, acabam arrumando outro amor, um casamento pior do que o primeiro. Ora, entrar num casamento, trazendo a bagagem e traumas de um casamento anterior, questões que não foram bem resolvidas, feridas não tratadas, perdão não liberado, é um prato cheio para a infelicidade. Elas tendem a viver em função do medo de errar de novo, e achar que o que passaram vai necessariamente acontecer mais uma vez, dúvidas e mais dúvidas, e assim, o amor não floresce, mas empobrece. O sentimento de culpa é o mais comum, muitos fazem um juízo terrível de si mesmo achando-se culpados por não ter lutado mais ou feito de maneira diferente, outros, não se perdoam por ter perdido um amor que poderia ter dado certo, mas uma escolha errada e agora não dá mais. A cada novo relacionamento, as comparações logo surgem, às vezes para melhor, outras, para pior. E quando há filhos então? Quem se casa com alguém que traz filhos de outra relação, precisa conquistar a todos, inclusive os filhos. Outro problema recorrente é a dificuldade financeira, a luta pela pensão, pela guarda dos filhos, o patrimônio que está à venda, enfim, um turbilhão de coisas para resolver e tudo permeado de rancores e desconfianças. Então, minha querida, você não está só, temos muita gente tentando se manter em pé, reconstruir a vida, mas a cada passo para frente , dois para trás. Há um tempo de adaptação a nova vida, penso que de início é tempo de ficar sozinho, de pensar, de digerir todas as coisas acontecidas. É tempo de se recolher no pavilhão de Deus, e o pavilhão Dele sobre nós é o amor e o acolhimento, ainda que tenhamos errado, que escolhemos mal, ele é o Pai Maravilhoso. Você está de fato fora do ninho, “sem eira nem beira”, então, faça o certo, volte para o acolhimento de Jesus, seja ele tua prioridade, acalme-se, alegra-te Nele, e dias menos dias, algo novo surgirá. Se houver pecado, arrependa-se e peça perdão, se for possível reconstruir a vida com o mesmo homem, sem destruir a vida de outra pessoa, então corra atrás, quem sabe dá tempo e o amor pode ser melhor do que a primeira vez. O que você não deve fazer é desestruturar tua vida emocional, perder o caráter, cair na devassidão, não, não faça isso. Quando sentir desamor, Cristo te dá amor, não precisa sair correndo de braço em braço, de cama em cama, em busca de um pouquinho de afeto, não faça isso. Você é gente do céu, continua sendo e sempre será, apega-te a Deus e te sobrevirá o bem.
E para quem ainda está casado, mas pensa em separar, digo, pense bem, pense melhor, às vezes é mais vantagem investir do que desistir. “Não jogue fora a água suja da bacia com o bebe limpo dentro dela.”
E em qualquer situação, o amor de Deus por nós é incondicional, não depende de nossa performance, de nossos acertos, do quanto somos bons. Isso é o que chamo de conforto e segurança, bondade de Deus. Abraços.
Um comentário:
Legal o conselho!
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