Um dia qualquer, na agenda de Deus, colheremos o que plantamos no passado. Deixe-me contar uma história: Minha esposa, Cleire, cuidava de meus filhos com mãos de anjos e coração de mãe. As meninas sempre com cabelos bonitos, bem penteados e brilhantes. Percebia eu que ela aproveitava o momento de trabalhar no cabelo das meninas como uma terapia de amor, elas saiam daquela cadeira se sentindo mais bonitas e principalmente, mais amadas. Mas ela partiu, e alguns momentos ficaram como lembrança e um aprendizado. Um sábado qualquer, Vitória minha filha de 08 anos, estava com os cabelos maltratados, pois havia tentado dar uma melhorada com o secador e não ficou muito bom, na verdade , cabelos armados e ressecados foi o melhor que conseguiu. Eu vi aquilo, fiquei triste, mas não tomei nenhuma iniciativa de tentar melhorar ou buscar ajuda de um cabeleireiro. Fui para uma visita de família, e nessa visita como quem quer justificar os cabelos desarrumados da pequena comentei o ocorrido, e uma das sobrinhas ali presentes disse: “Tio, deixa ela aqui com a gente, nós vamos cuidar dela e desse cabelo”. E continuou: “Sabe Tio, nós morávamos no sítio, eu era ainda pequena e estava muito triste e chorosa porque meus cabelos estavam sem forma e sem beleza em virtude de uma aplicação de um produto que não deu certo. Eu morria e vergonha e não queria ver ninguém. Mas um dia o senhor, tio, chegou lá no sitio e ao saber da minha situação, disse: “Não se preocupe. A tia Cleirinha pode dar um jeito nisso pra você.” E contou que eu voltei para a cidade buscar secador, escovas e produtos para arrumar aquele cabelo. E ela ficou linda, voltou a sorrir novamente, aquilo fez um bem enorme a ela. Diz ela que nunca se esqueceu desse episódio dado o valor que lhe atribuiu. Eu jamais me lembraria dessa história. E nessa visita de agora, Deus mostrou a ela, e a fez reviver o ocorrido, e a duas, Carina e Camila, pagaram generosidade com generosidade. A Vitória ficou linda, radiante, e eu reafirmei meus valores de que colhemos o que plantamos.
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