por Rita Trevisan.
A pílula contra a ejaculação precoce.
Nos próximos meses deve chegar ao Brasil o primeiro remédio
para essa disfunção. Saiba como funciona essa alternativa que revolucionará o
tratamento.
Prometendo revolucionar a maneira de tratar a ejaculação
precoce, a dapoxetina é um novo princípio ativo a ser introduzido no mercado
brasileiro, que conta com propriedades farmacodinâmicas em muito superiores aos
seus antecessores, os antidepressivos convencionais.
"Até hoje, não
tínhamos um medicamento específico para tratar a ejaculação precoce, mas
remédios que, entre outras funções, tinham ação sobre a região do cérebro que
comanda a sensação do orgasmo. Os efeitos colaterais eram praticamente
inevitáveis", diz o especialista Celso Gromatzky, doutor em Urologia pela
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), coordenador da
Unidade de Medicina Sexual (disciplina de Urologia) na Faculdade de Medicina do
ABC, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Urologia (seccional São
Paulo) e do Núcleo de Urologia do Hospital Sírio-Libanês (SP).
Com extenso currículo, ele vem se dedicando a estudar os
problemas da ejaculação precoce, e, nessa entrevista à VivaSaúde, compartilha
muito do seu conhecimento sobre o tema, que ainda é alvo de inúmeras
controvérsias. Além de esclarecer sobre as técnicas de tratamento mais
utilizadas para reverter o problema, Gromatzky adverte para as complicações que
a resistência em aderir ao tratamento - qualquer que seja a terapêutica - pode
acarretar ao paciente. "Já temos evidências de que, quanto mais cedo for o
diagnóstico, mais eficaz o tratamento. Daí a importância de procurar um
especialista.
O que é ejaculação precoce?
Celso Gromatzky: O termo "ejaculação precoce"
serve para definir a ejaculação que ocorre logo após a penetração, ou até mesmo
antes dela, causando desconforto e/ou sofrimento ao paciente e/ou à parceira.
Mais recentemente, em 2008, foi apresentado no British Journal of Urology, pela
International Society for Sexual Medicine, um parâmetro de tempo mínimo: a
ejaculação precoce é a que leva até um minuto ou pouco mais de um minuto, após
a penetração, para acontecer. Se, por um lado, o dado nos ajuda a objetivar o
que antes tinha um sentido muito subjetivo, por outro, pode ser bastante
discutível. Por essa definição, um sujeito que leva dois ou três minutos, por
exemplo, para ejacular seria classificado como alguém que não necessita de
tratamento. Porém sabemos que, para algumas pessoas, esse tempo pode ser
insuficiente para o casal desfrutar plenamente de uma relação sexual prazerosa.
Além disso, uma pesquisa divulgada recentemente, no 3rd International
Consultation on Sexual Medicine, realizado em julho de 2009, em Paris, mostrou
que metade dos homens que acreditava ter o problema não se encaixava nessa
condição, que usa o tempo como uma medida do desempenho sexual. Então, para
mim, a definição mais útil para aplicação em consultório não é a que utiliza o
tempo. Porém, para estudos científicos em que este parâmetro tem maior
importância, principalmente para comparar resultados de diversos tipos de
tratamento, a medida continua sendo válida.
Existe um tempo médio para a ejaculação durante uma relação
sexual?
Um estudo publicado em 2005, no Journal of Sexual Medicine,
envolvendo 500 casais em quatro países europeus e nos EUA, mostrou que esse
tempo varia em torno de 5 minutos.
Como diferenciar um distúrbio crônico de uma manifestação
eventual?
Para ser caracterizado como um problema de ejaculação
precoce é necessário que seja recorrente e não ocasional. Na maioria dos
pacientes que chega ao consultório, trata-se de um distúrbio primário. Ou seja,
o indivíduo sempre apresentou o problema, desde o início de sua vida sexual.
São mais raros os que apresentam distúrbio secundário, ou seja, que passam a ser
ejaculadores precoces a partir de um determinado momento de sua vida.
Quem está mais suscetível?
Pesquisas apontam maior prevalência entre os mais jovens,
enquanto outras indicam que o problema atinge de maneira mais ou menos uniforme
homens de todas as faixas etárias. De qualquer forma, é consenso que o problema
não se agrava com a idade, como acontece com os casos de disfunção erétil. Nos
jovens, a principal explicação é, de fato, a ansiedade que decorre da
inexperiência sexual. Além disso, é mais comum que o jovem tenha múltiplas
parceiras, o que aumenta muito sua ansiedade, já que, a cada encontro com uma
pessoa que ele ainda não conhece bem, se depara com uma situação completamente
nova.
Existe algum exame capaz de detectar o problema, ajudando no
diagnóstico?
Até hoje não descobrimos a relação entre doenças orgânicas e
a ejaculação precoce, o que invalida a estratégia de buscar, em exames
complementares, a confirmação ou não da doença. O que podemos usar como
recurso, em consultório, são questionários específicos. Existem pelo menos três
questionários com validação internacional.
Quais são as causas?
Embora ainda não haja consenso sobre o tema, é bastante
provável que esteja relacionado a questões genéticas e a situações que provocam
estresse ou ansiedade no indivíduo.
============================================================= Quer levar o Casados em Cristo em seu Evento de Casais ou família? Ligue 14-33461588 ou casadosemcristo@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário