Vamos tratar um pouquinho sobre a existência de
conflitos no relacionamento conjugal. Um relacionamento sem conflitos é uma
utopia, não existe, pois onde houver duas pessoas juntas num propósito ali
estará presente o conflito.
Conflitos não devem ser evitados, mas administrados, caso
contrário pode aumentar de volume, somando-se a outros, gerando ódio e rancor,
e é por isso que Paulo escrevendo aos efésios diz: "Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apazigüem
a sua ira antes que o sol se ponha” Efésios
4:26
Inicialmente gostaria de deixar clara a diferença entre “problemas”
e “conflitos. ”Problemas” referem-se a situações adversas que surgem e que os
dois buscam resolver contando com a participação de ambos ou não.Já os “conflitos”
se dão quando há uma divergência que está colocando um contra o outro, há um
choque, estão batendo de frente.
A divergência entre os cônjuges pode ser um simples
desentendimento ou mesmo chegar até a destruição do outro. O maior exemplo
disso são os homicídios praticados por maridos e namorados contra suas
parceiras que vem ocupando os noticiários de TV.
Os conflitos tanto podem separar o casal por não serem
bem resolvidos, como também pode se transformar em uma oportunidade para
mudanças que já se fazia necessária, ou mesmo uma decisão positiva inusitada,
dependendo sempre da forma como o casal administra a questão.
A melhor arma
para tratar com os conflitos é o diálogo, a humildade, a compreensão, a
tolerância, o respeito à diversidade.
Um conflito pode ser resolvido de maneira que haja um
vencedor e um vencido, o que não é bom para o casal, especialmente se dá quando
há uma acomodação por uma das partes, que desiste de defender suas idéias,
princípios e valores, abrindo mão e sendo infeliz, ou quando a vontade de um é
imposta mediante ameaça ou truculência.
Também é possível que ambos percam com a resolução do
conflito, por exemplo, quando eles resolvem se separar quando daria para
redirecionar o relacionamento.
Mas o sucesso na resolução de conflitos se dá quando os
dois ganham com a decisão, não há vencido e nem vencedor, mas a unidade é que
saiu fortalecida. É quando há consenso na decisão e o casal se alegra.
A ausência de regras claras, de convenções entre o casal,
são nascedouros de conflitos. É sempre interessante deixar claro, o que pode e
o que não pode acontecer, quais os limites da individualidade, quem faz o que, quando
e como.
Vou exemplificar, uma esposa que tem uma dupla jornada
chega em casa e o seu marido não fez nada para ajudar nas tarefas domésticas,
revoltada inicia-se uma discussão séria. Talvez se tivessem previamente estabelecido uma regra
de conduta para ambos, se tivessem conversado a respeito, a discussão não teria
acontecido.
Com relação a isso, normalmente o marido acha que arrumando a
cozinha de vez em quando, ou fazendo o almoço no final de semana já ajudou
muito, mas para a mulher isso ajuda, mas não resolve o seu problema.
Tenha sempre em mente que melhor do que criticar é pedir
ou sugerir como quer que as coisas aconteçam. Ao invés de brigar com o marido,
seria mais producente pedir que a ajuda seja de continuo.
Vamos então a alguns passos a serem dados para bem
administrar um conflito:
1-Diagnóstico: Procurar identificar de forma imparcial o
que está acontecendo, porque estão se degladiando. É importante verificar o que
vinha acontecendo antes do conflito, pois geralmente um conflito quando eclode
é resultado de algo que já vinha se arrastando.
2-Escolher o momento mais propício para o diálogo
amistoso. Uma ferida inflamada precisa ser exposta para ser bem curada. Agora é
sempre bom pensar que o seu cônjuge,via de regra, não está querendo o seu mal,
talvez esteja errado nas suas convicções, nada, além disso.
3-Escutar o outro. As duas partes devem ter a paciência
de ouvir tudo o que o outro tem a dizer sem interromper, sem gritarias, ou
descontroles.
4-Resolver racionalmente de modo que não haja um vencido
e um vencedor, mas que a união continue sendo possível.É sempre bom que ambos
diminuam seu níveis de exigência, isso aumenta a chance de cura. Também quando
for o caso, ceder pode ser uma estratégia boa, só não pode gerar outros
conflitos posteriores motivados por auto piedade, ou mesmo sufocamento daquela
que sempre é a parte que cede. Uma boa estratégia é seguir os conselhos
bíblicos, entre os quais destaco:
“Pela longanimidade se persuade
o príncipe, e a língua branda amolece até os ossos. “Pv 25:15
“A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida
desperta a ira.” Provérbios 15:1
O amor....”Não maltrata,
não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. “1
Coríntios 13.
5-Não tentar resolver
seus conflitos sem antes colocá-los diante de Deus em oração.Considere o que
Salomão ensina: Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apóie em seu próprio
entendimento”Pv 3.5. Não pense de forma irredutível que você tem sempre razão,
não, considere sempre a possibilidade de não estar certa nos seus pensamentos.Acredite
que Deus pode resolver o conflito de vocês.
6-Procure transformar o
conflito em problema, pois nele, os dois se juntam para resolver uma
questão adversa, e no conflito eles se
levantam não contra um inimigo comum , mas um contra o outro.Lembre-se disso,
teu cônjuge não é teu inimigo, teu inimigo é o diabo.
Mais alguns motivos de
conflitos:
-Esperava o muito e veio o
pouco ou não veio nada.
-Planos e metas não são levados
à efeito.
-Promete-se, mas não se cumpre.
-Quando a comunicação não é
sabia.
-Quando um ofende e não se
arrepende ou pede perdão.
-Ira não tratada.
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