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sábado, 13 de abril de 2019

Deus porque o Senhor não protegeu meu casamento?


DEUS, POR QUE O SENHOR
NÃO PROTEGEU MEU CASAMENTO?
A primeira coisa a ser entendida nesse contexto de desencontros é que Deus não é inimigo e muito menos é o culpado pelo acontecido. A pior coisa que se pode fazer numa crise dessas é se revoltar contra Deus. Como dizia um amigo:
“-Se eu perder Jesus, perco tudo que tenho, pois Ele é tudo para mim”.
Depois é preciso entender que Deus não prometeu uma vida só de regalias, conforto e paz. Ele falou sobre inimigos, dores, sofrimentos, ventos e tempestades. A vida não se desenrola num “spa”, mas sim, num campo de batalha. Falou também que estaria conosco, independente do momento.
E como dizia o poeta Gonçalves Dias,
“ A vida é combate que as fracos abate, aos fortes e bravos só pode exaltar”.( Poesia – Navio Negreiro)
Deus revela segredos àqueles que lhe são íntimos, e esses segredos são como estradas pavimentadas para o sucesso na vida, especialmente em família. Em toda a Bíblia temos esses caminhos e exemplos para a vida conjugal, bons e maus. O que dizer, por exemplo, da doçura e romantismo de um Salomão no seu relacionamento com Sulamita, ou da forma carinhosa como lhe dirigia a palavra, ou da disposição dela para o sexo com seu amado. Por outro lado o que pensar da rudeza de um Nabal na sua relação com sua mulher Abgail. Assim é a Bíblia, nos mostra o certo e o errado, os heróis e os anti-heróis também, homens e mulheres com seus feitos maravilhosos, mas também  seus erros horrendos.
Quando falamos em relacionamento, as histórias bíblicas e as doutrinas bíblicas são importantes em nível de prevenção e também de restauração quando for o caso. O que me preocupa é que os casais de alguma forma saibam dos perigos que os rodeia, entretanto, pouco investimento fazem antes da ruína chegar. Mas este livro, tem como propósito a cura do relacionamento depois que a tragédia já aconteceu, então focaremos nessa direção.
Estou dizendo isso, para que se entenda que Deus não é culpado de nossos fracassos relacionais, Ele deixou o ensino, nós é que os negligenciamos. Ler Cantares traz um aprendizado fabuloso, e, no entanto, quantos casais cristãos passam a vida sem o ler, não é mesmo?
Pois bem, nesse livro, Cantares, e em outros, Deus oferece princípios e valores, o Senhor dá dicas, por assim dizer, mas Ele não vai fazer o papel de marido ou de esposa. Cada casal deve cuidar de si mesmo sempre com mutualidade, companheirismo, compromisso e ternura.
Cuidar bem do relacionamento é agir preventivamente, é um investimento. Quando se tem um casal, onde a esposa se sente amada pelo seu homem, e este, respeitado e admirado pela sua esposa, então, o amor estará protegido. Além do respeito, um homem precisa estar satisfeito sexualmente, tendo sempre ao seu lado uma companheira agradável para com ela compartilhar sonhos, aspirações, lutas, sucessos e fracassos. Tudo isso é saúde para o relacionamento, faz bem.
Estou falando do homem, mas não somente este deve estar sexualmente satisfeito, sua companheira também para que assim não entrem num estado de vulnerabilidade.
Isso não quer dizer há garantias que nunca vá ocorrer o pior, mas anula os argumentos, as justificativas para o erro, diminui a chance de se falhar e cair no pecado.
O que não se pode fazer é transferir para Deus a responsabilidade pelo bom ou mau andamento de um casamento, isentando o humano de culpa. Lembre-se, Deus abençoa, mas não vai fazer o papel que compete aos seres humanos, nem de marido, nem de esposa. É bem verdade que “Se o Senhor edificar a casa em vão trabalha os edificadores” (Sl 127:1), aqui fica claro que é Deus quem edifica uma casa, porém, em nenhum momento mandou o Senhor que os edificadores parassem com seu trabalho por ser desnecessário. Essa é a parte humana da relação. E é sobre os humanos edificadores que Deus dará graça para uma jornada feliz.
Deus pode estar abençoando um casamento ao mesmo tempo em que o casal trabalha para sua destruição através de condutas não recomendadas. O casal pode estar jogando contra si mesmo, tornando-se o seu próprio inimigo, o pior deles.
O que o Senhor promete é estar conosco em todos os momentos, nos montes ou nos vales. Em alguns casos teremos libertações prévias, cuidados especiais e em outros não.
Deus, por vezes, nos leva nas “asas da águia” e esse é o tempo do voo panorâmico, tempo bom. Já outras vezes, provoca turbulência, abana suas asas sobre a qual nos conduz e nos obriga a “voos forçados” para que o aprendizado aconteça. É a forma Senhor trabalhar, mas o que importa é que nunca nos deixará espatifar no chão, sempre nos arrebatará sobre suas asas e nos levará de volta para o alto, assim como faz a mamãe águia.
Outra coisa que Deus assegura é que todas as coisas irão contribuir para o bem daqueles que amam a Deus e a sua justiça e que são chamados segundo o seu propósito. Significa dizer que mesmo do mal, Deus pode extrair o bem. O mal, ainda que indesejável, pode se transformar num “start” para uma mudança de rumo.
Outro dia ouvi um comandante de aeronave dizer que um para um Boeing cair é necessário que vários erros aconteçam ao mesmo tempo. Não quero encontrar culpados para o adultério, mas geralmente, uma sequência de falhas deve ter ocorrido, assim como no caso do Boeing.
E, às vezes, erros também são cometidos pela parte ofendida, aquela que sofreu o adultério.
Digamos que uma esposa caia na tentação do adultério, a tendência é crermos que ela é a culpada, foi um pecado horrível. Entretanto, há de se considerar que ela pode estar vivendo dentro de um quadro de negligência, abandono emocional, abandono social, falta de sexo, ausência de carinho, afeto e ternura por parte de seu marido. De maneira que as portas estavam abertas para o intruso entrar na história do casal. E sabemos que nisso o inimigo de nossas almas é astuto, ele prepara a oportunidade, cria situações e momentos.
Culturalmente, os maridos estão mais propensos a cair em adultério, de um lado há uma pornografia obrigatória que os encontra todos os dias, na propaganda da TV, no jornal escrito, no noticiário esportivo, na banca de jornal, no “outdoor” da praça, enfim, ele não precisa procurar por ela, é a pornografia quem o encontra. De outro lado, ao seu redor está cheio de mulheres com problemas de caráter se oferecendo, mostrando-se disponível, e em meio a tudo isso, ele, que acha que tem fortes razões para ter experiências extraconjugais.
Vamos acompanhar o caso abaixo, é como uma tragédia anunciada, algo que vai dar errado dali a pouco, pois as ações que mantém alguém fiel já não existem e o casamento está sustentado tão somente no bom caráter do cônjuge, leia isso:
Leia este depoimento de um marido:
“...desde o início de nosso casamento, até hoje, a minha esposa não se sente atraída por mim sexualmente. Às vezes toco nela, mas parece que tenho espinhos em minhas mãos. Ela sente-se incomodada com meus toques, parece que estou sufocando-a. Uma vez, com um ano e pouco de casados, ela me disse que não tem vontade em ter relação sexual comigo. Quando ouvi aquilo, parecia que entrou uma faca em meu peito. Eu sou uma pessoa carinhosa, procuro elogiá-la, beijá-la, dar lhe presentes, fazer suas vontades, trazer recursos financeiros para suprir nossas necessidades, protegê-la e amá-la. Sei que a mulher precisa de carinho, sentir-se segura e amada. Procuro fazer isto, mas recebo frieza da parte dela. Ela diz que me ama, mas não sabe o que acontece. Quando ela deita, vem um sono incontrolável nela. Eu a toco e ela nem se mexe. Não recebo carinho, nem beijo, nada, vivemos como se fossemos dois irmãos. Às vezes me sinto como se eu fosse uma pessoa estranha, tentando me relacionar com ela, como se ela fosse forçada a ficar comigo, é horrível...”
O que esperar desse relacionamento. Até quando este marido vai se segurar. Vou responder: Até o dia que a oportunidade de um adultério bater em sua porta.
“A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce.” Pv.27.7
O sábio Salomão está dizendo que quando alguém está suprido em suas necessidades alimentares despreza o precioso mel, entretanto, aquele que está com fome até o que não é tão apetitoso, se transforma em objeto de desejo. E assim acontece também com as necessidades sexuais e emocionais do casal. 
Afeto é uma necessidade, particularmente, gosto da palavra ternura, pois significa magia, e é exatamente isso que ela faz. Ternura e sexo  ( afinal ninguém é de ferro) e o  amor estará protegido e as possibilidades de um adultério diminuídas.
De tudo, se depreende que Deus protege o casamento através da sua multiforme graça, entretanto, o marido ou a esposa, tem que fazer a sua parte, conviver segundo princípios e valores que dão sustentação, que os mantenham próximos um do outro, cuidando-se mutuamente, respeitando suas individualidades, mas acima de tudo, se amando.
Dizem que os homens traem por sexo pelo sexo, falta de caráter, excesso de oportunidades, falta de Deus, e sexo ruim dentro de casa. A mulher por curiosidade, aventura, excesso de oportunidade, falha de caráter, falta de Deus e em virtude de abandono emocional. E quando numa vida se achar duas ou mais desses requisitos, o adultério é quase certo.

A traição é uma das experiências mais traumáticas que uma pessoa pode vivenciar. É tão grave que mesmo Deus não suporta o adultério. Ele exige para si corações exclusivos.


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